coiso-do-coiso.coisot.coisom
(eu coiso, tu coisas, nós coisamos)


A técnica do 'coiso' sempre resulta como um bom início de conversa (não que a conversa seja boa, mas já lá vamos), para quebrar o gelo.

Imagine-se duas personagens.
À primeira chamemos-lhe Cutilde.
À segunda chamemos-lhe Ambrósio.
Para abreviar, serão o Cu e o Brosi.

Ora, a Cutilde e o Ambrósio encontram-se na paragem de autocarro, sem ninguém ao redor, e pensam ambos para consigo: 'Ah, carago! Agora veio-se-me aqui este magano chatear-me a mona. Ah, c'a neura... mas qu'a chatice! Lá terei eu de magicar alguma cosa, até parece mal... mas qu'hei-d'eu disser? C'a porra!' (as 2 personagens têm origens alentejanas, ora bem)

E então, eis que se achega a Cutilde ao Ambrósio e diz-lhe assim, sussurrando, como quem não quer a coisa:

Cu - Ó Ambrósio, já sabes do coiso?
(logo aqui desperta a atenção do Ambrósio)

E o Ambrósio responde:
Brosi - Qual coiso?

Cu - O coiso c'a faleceu engasgado com um amendoim na faringe!

Brosi - Na faringe? Não quererás dizer 'na traqueia'?

Cu - Ah, isso já na sei, foi no pescoço.

Brosi - No pescoço? Não terá sido na garganta? Hum...

A partir da informação relativa ao 'coiso', que por vezes nem se chega a saber quem é, iniciam um diálogo duradouro, e falam da filha da vizinha que pariu e está mais gorda, ah que a miúda é feia e o marido já não a usa, e que a mulher do rés-do-chaõ anda muito chegada ao marido da do 1º direito, e que os preços do Pingo Doce não são tão baixos assim, e que está sol.

E prontos.
É isso.

OT

Aproveito aqui para deixar os parabéns à minha irmã, porque, pelo que parece, faz hoje precisamente 14 anos que ela foi parida, de modos que é algo para celebrar. Tenho a acrescentar que, ao longo destes 14 anos em que a aturo, tenho achado a experiência deveras interessante.

E prontos! Gosto sempre de aniversários, porque há sempre um bolinho ou vários bolinhos, embora ontem tenha por cá ouvido que o jantar há-de ser peixe. E é sempre bom ter irmãos, porque, lá está, não se vai impedir um irmão de entar na ramboia do aniversário. É uma das vantagens de se ter irmãos! Parabêns pelos teus 14 anos, para o ano já posso afirmar que já tens um quarto de meio século e que estás a ficar velha. Pimbas, olarilolilas!