Tenho uns amigos, ali para os lados do Chiado, que pertencem ao ramo do calçado, estive a discutir com eles a importância dos chinelos de enfiar o dedo. Um ilustre sapateiro do nosso país, António Mascarenhas, confessou-me que a arte de bem calçar consiste em não andar descalço. Neste momento, António está trabalhando na sua nova colecção de sapatos de salto alto mais pequeno do mundo para anãs que têm vertigens. O seu escravo espanhol, que fala estrangeiro, chama-se Juan e veio para Portugal à procura do sentido da vida. Não o encontra. Achei comovente a história de vida de António, muito influenciada pelo seu falecido pai, Raul Brito Mascarenhas, pensador e escritor do ramo do calçado do séc. XX. Em parceria, decidi homenagear esta grande figura da indústria em Portugal: