Acordo como o orvalho tenso na erva mansa pela manhã. E o meu nascimento é como as estações do ano, mas não anual como elas, diurno. E quando coloco o meu primeiro passo no chão, não sei se serei primavera ou outono, melancólico ou incerto, inverno ou verão, racional ou frontal. E como se esse passo me previsse e anunciasse o meu nascimento ao mundo, só me apetece dormir; e cobrir-me de um manto de incerteza que me aquece ignorante. E assim, tenso, subsisto.
Como se algo morresse em mim todos os dias.
E eu não soubesse chorar.