Medo - Jeff Abbott
'Miles levantou a cabeça e Allison estava inclinada contra os tijolos, vestida com as roupas que usara na última manhã da sua vida.
A sua respiração ficou-lhe bloqueada na garganta, abanou a cabeça, fechou os olhos. Contou até dez.
Voltou a olhar. Ela continuava ali, com os braços cruzados.
- Eu... eu... - começou ele a dizer.
- Miles, tens o caminho livre. É simples. Carrega a arma. Encontra um lugar privado. Deixa uma nota se houver alguém a quem queiras dizer adeus, como o DeShawn e a Joy. Eles iriam sentir a tua falta - e encolheu os ombros - mas não te conhecem durante tempo suficiente para se preocuparem contigo.
Miles tentou falar; não saiu nada para além de um silvo ríspido de respiração.
- Ninguém te culpa por não quereres ouvir o Andy atanazar-te a cabeça durante o resto da tua vida. Anos e anos a ouvi-lo falar.
- Não.
- Estás preocupado com medo de falhares com os teus... amigos. Preocupas-te com medo de me falhares. Mas eu falhei contigo, Miles, eu dei-te falsas esperanças.
Fechou os olhos com força, passou os dedos pelas linhas paralelas dos tijolos. Um homem de um outro quarto passou por ele e Miles sentiu o calor do seu olhar curioso.
- E é isso que o Frost é - disse a Allison - Uma falsa esperança. Não acreditas mesmo que o Nathan esteja melhor, ou acreditas? Não está. Não funciona.
Ele sussurrou uma prece.
- Esta Allison não é real, eu sei que não é real, mesmo que fosse nunca diria estas coisas, é a doença.
Abriu os olhos e coreu para o espaço onde ela tinha estado, mas apenas sentiu a brisa da Sierra.
Allison tinha desaparecido. Pressionou as mãos contra a parede de tijolo. O Nathan e a Celeste eram reais, eram da responsabilidade dele. Ele tinha de se controlar. Se se mantivesse forte, a Celeste e o Nathan conseguiriam ficar fortes. De maneira a conseguirem o medicamento. Ele desejava isso agora; estranho querer algo que nunca se teve, mas ele precisava que o Frost fosse real.
Então mexe-te.
'Miles levantou a cabeça e Allison estava inclinada contra os tijolos, vestida com as roupas que usara na última manhã da sua vida.
A sua respiração ficou-lhe bloqueada na garganta, abanou a cabeça, fechou os olhos. Contou até dez.
Voltou a olhar. Ela continuava ali, com os braços cruzados.
- Eu... eu... - começou ele a dizer.
- Miles, tens o caminho livre. É simples. Carrega a arma. Encontra um lugar privado. Deixa uma nota se houver alguém a quem queiras dizer adeus, como o DeShawn e a Joy. Eles iriam sentir a tua falta - e encolheu os ombros - mas não te conhecem durante tempo suficiente para se preocuparem contigo.
Miles tentou falar; não saiu nada para além de um silvo ríspido de respiração.
- Ninguém te culpa por não quereres ouvir o Andy atanazar-te a cabeça durante o resto da tua vida. Anos e anos a ouvi-lo falar.
- Não.
- Estás preocupado com medo de falhares com os teus... amigos. Preocupas-te com medo de me falhares. Mas eu falhei contigo, Miles, eu dei-te falsas esperanças.
Fechou os olhos com força, passou os dedos pelas linhas paralelas dos tijolos. Um homem de um outro quarto passou por ele e Miles sentiu o calor do seu olhar curioso.
- E é isso que o Frost é - disse a Allison - Uma falsa esperança. Não acreditas mesmo que o Nathan esteja melhor, ou acreditas? Não está. Não funciona.
Ele sussurrou uma prece.
- Esta Allison não é real, eu sei que não é real, mesmo que fosse nunca diria estas coisas, é a doença.
Abriu os olhos e coreu para o espaço onde ela tinha estado, mas apenas sentiu a brisa da Sierra.
Allison tinha desaparecido. Pressionou as mãos contra a parede de tijolo. O Nathan e a Celeste eram reais, eram da responsabilidade dele. Ele tinha de se controlar. Se se mantivesse forte, a Celeste e o Nathan conseguiriam ficar fortes. De maneira a conseguirem o medicamento. Ele desejava isso agora; estranho querer algo que nunca se teve, mas ele precisava que o Frost fosse real.
Então mexe-te.