Momento Colhogar VIII

(Enquanto Mãe serve Gelado Carte Dor Noz)


OT - No futuro, quando ficar depressivo, este
é o gelado que hei-de de comer...

Mãe - E porque haverias de ficar depressivo?

OT - Porque a vida não gosta de mim.

Mãe - Ah, não digas isso, claro que gosta.

OT - Eu dou-lhe tantos beijinhos e 
ela nem me afaga o pescoço.

Mãe - Ai, as coisas que eu oiço...

OT - Ao menos tens boa audição, já viste, 
uma pessoa da tua idade...

Leprosos têm ideias pendentes

Depois de 8 meses inoperacional por motivos questionavelmente inexistentes,
eis que a Senhora Caixinha, nome selectamente escolhido por mim para dar
a uma caixa, voltou. O mundo mudou bastante desde a última aparição da 
Senhora Caixinha. Lá dizia o coisito, Mudam-se os tempos/ Mudam-se as 
vontades/ Todo o mundo é composto de mudança/ Tomando sempre novas
qualidades. E apesar de ser vesgo o homem até tinha razão, eu tenho dois
olhos designados de 'visão-piloto' num teste que fiz uma vez no Pavilhão 
do Conhecimento em Lisboa, e nunca consegui ver nitidamente nada do
que este senhor magnificamente escreveu, nem neste poema, nem naquelas
resmas de folhas salvas por uma mão de ondas e peixes-voadores e que nos
permitiu a nós, portugueses, assistir a aulas entediantes no 3º ciclo do ensino
básico. Ah... graças a Deus o senhor vesgo não era amputado, maneta ou, 
quiçá, leproso para lhe caírem as mãos... Pois então, quer isto tudo dizer que,
a partir de hoje, pode perguntar, ou voltar a perguntar, uma questão à pessoa 
que sou eu. Aqui!, ou no lado direito deste blog. Prometo responder todos os
dias, excepto quando  não posso (que é quase sempre). A cada pergunta
habita-se a ganhar um prémio. O prémio de me fazer relativamente feliz.

Divagações 9: VAI DAR TANGAS AO CARAÇAS!


Se eu aos 12 anos me visse no futuro como sou agora possivelmente teria um ataque cardíaco ou suicidar-me-ia e não chegaria a ser o que estava a ver, o que é muito estranho, estar a ver um futuro que não existe, por isso é que nos filmes como De volta para o Futuro ou O Fantasma do Natal Passado ninguém morre, porque o ser humano tem esta coisa de ser picuinhas e então arranja estes filmes em que as personagens aprendem preciosas lições e mudam a sua vida e criam amizades e são felizes e não falecem porque se falecessem a lição não serviria para nada. Por vezes fico a pensar quem é que perde mais, se são as pessoas por viverem num mundo controlado por pessoas, ou se é o mundo por estar controlado por pessoas. Ontem estive quase a chorar porque não me sei relacionar com pessoas. Só não chorei porque era hora do almoço e eu tinha fome e gosto de ver o que como. Mas aquele imbecil, que me estragou o dia sem justificação, pediu desculpa pela milésima vez, como se eu pudesse meter uma desculpa num pão com queijo e comer uma tosta mista. Sinceramente, não compreendo as pessoas que não pensam nas consequências antes de tomarem os seus actos, é como quem compra bonés no Verão e esquecem-se deles em casa. Algo acaba por queimar; e não há Hallibut's ou Betadines que sarem amizades que esfolam sem capacete e joelheiras vezes e vezes sem conta. Por vezes, há que meter essa amizade numa parede, meter a mão no queixo em movimentos circulares, e reflectir se de facto aquilo é uma obra de arte ou um quadro do Malato. E acho pouco provável vir a ser protagonista na vida de alguém. A menos que esse alguém seja uma saloia boazona que more numa cabana solitária como no Crepúsculo. Aquele filme é horrível.

Estrábicos abrem novos horizontes

Estou tão insatisfeito com a minha vida que sou capaz de ter
uma indigestão. É a consequência de várias consequentes consecutivas.
Parece que ando com a fama de não dar crédito aos meus seguidores,
chegou-me uma fonte que até diz que sou capaz de ser arrogante.
Essa do arrogante a fonte sou eu, mas o resto é verdade.
Não sei porque raio as pessoas me metem rótulos como se eu fosse um iogurte.
Não tenho personalidade, isso 
faz de mim um imbecil?
Não digo que tenha sido trocado na maternidade, mas talvez
ande por um aí um barão juvenil que poderia estar a dar dinheiro
aos meus pais, enquanto que esta besta que anda aqui e que sou eu
não dá uma para a caixa. Mas o amor supera tudo. E a minha mãe ama-me
tipo bué. Ao menos é o que ela diz, noutras palavras mais sofisticadas.
E ao menos não sou estrábico. Tenho uma visão directa. 
Um bocado turva... mas isso é do tempo, que anda estúpido.

Divagações 8: E os manetas sobem a vida a pulso

Confesso que, desde muito novo, tenho o pressentimento de vir a ter uma morte terrível. Do tipo de sentir uma dor enorme no peito numa linha de comboio e de ter um ataque cardíaco e ser abalroado ao mesmo tempo. Há dias em que esse sentimento me domina. É por demais evidente que o facto de ter começado a visualizar filmes para +18 por volta dos meus quinze anos e de, o ano passado, ter visualizado seis filmes da saga Saw numa só tarde, tem uma influência abominante nestes meus pensamentos sádicos. Depois, há outros dias em que me sinto menos bem com a vida. Nesses dias, tento encontrar a minha individualidade, algo que me destaque deste mundo cheio de pessoas e me faça ter razões para viver. Então, partilho essas minhas descobertas com um amigo, e o meu amigo confessa que também se sente assim, ou que também se acha assim, ou que também se vê assim, no mesmo quadro que o meu, e eu sinto a minha individualidade ir pelo cano abaixo e digo Foda-se e deprimo-me. Depois, há aqueles dias em que me apetece esfaquear alguém, porque descubro que fui tema de conversa entre pessoas, e coisa que detesto é isso, falarem de mim nas minhas costas e demorarem a tratar de assuntos que a mim me dizem respeito comigo. Aí, nasce-me um clima de insegurança, porque há dias em que não me sei comportar, nem sei o que fazer, com receio que alguém me veja a comportar ou a fazer e que diga a alguém que me viu a comportar ou a fazer. Odeio ser tema de conversa. Depois, há dias em que não sinto o tempo passar por mim. Faço a minha vida calmamente, falo com pessoas que falam comigo e porque é assim a comunicação e se as pessoas não falassem comigo seria um monólogo e coisa que eu não sou é maluco o suficiente para me pôr a falar sozinho, relaxado e descontraído. Nesses dias, se alguém me chateia, faço zapping e nem dou a mínima atenção. Depois, há dias em que releio textos antigos meus e dou comigo a pensar que sou uma pessoa deveras estranha e o que aconteceria se começasse a tomar drogas alucinogénas. Claro que isso acontece em casos de extrema raridade quando, por exemplo, tenho pouco de fazer, ou quando vejo filmes tipo a 'Milha Verde', ou o '21 Gramas', ou algo em que entre o Tom Hanks, e fico logo comovido e depois pego em álbuns de fotos antigas e começo a presumir como o tempo é uma coisa lixada. Depois, há ainda dias em que, por alguma razão satisfatória, sinto a minha cabeça tão limpa de infortúnios, que me agarro a uma vida entediante de leituras, e leio o 'Pânico' do Jeff Abbott em duas noites. Nessas alturas, em que termino os livros, é tal o meu relaxamento que a história da obra passa num flash na minha cabeça como se fosse a minha vida e eu estivesse a morrer: é uma das melhores sensações que já experimentei. Depois, há dias, como hoje, em que procuro racionalizar todos estes intervalos da minha vida e acho que não chego a velho com um índice satisfatório de racionalidade.

I'm not ugly, I'm exotic

Acho que está a estrear um novo capítulo da minha vida.
Há algo no ar, fadinhas e anões de porcelana.
Concorri ao programa de Bolsa de Mérito Social na minha faculdade e fiquei em 5º
lugar quando entravam 4. Depois, um desistiu e eu fui chamado. Se isto não é sorte
e se o Cláudio Ramos não é gay não sei o que (ou quem) é.
Então, dizem que faço 300 horas e me pagam as propinas.
Vou vaguear por todos os corredores com um cartão ao
pescoço que tem o meu nome a letras grandes a verde e
a negrito, e com uma foto deveras ilustrativa da minha 
sensualidade. Não percebo a necessidade das minhas tarefas,
mas é um trabalho cómodo e vantajoso. A vida está cheia 
de perplexidades. Também não sei se violar mulheres feias
é considerado crime menor, e não ando por aí a questionar.
|Motivation-Sum41|

Divagações 7: OH SI CARIÑO!


Quando se viaja para Espanha, há que ter em consideração que por lá se fala espanhol. E no meio dos seus Pero que e sombreros, um gajo como eu só sabe dizer Hola, Culo, Muchas Gracias e Pedro Almodovar. O problema é para comer, um tipo é empanturrado de Xurros e Tapas por todo o lado; e um português quer comer um prato normal, como uma canja, e só há sopa de galinha que, naquela coisa a que chamam 'língua', denominam Sopa de Pallastra. A Tapa, tal como as espanholas, é, porventura, uma das melhores coisas que há em Espanha. Um português chamaria à Tapa uma entrada, e comeria azeitonas e pão com atum. Porém, a Tapa é mais que uma entrada. A Tapa é tudo o que se quiser. Pede-se uma Tapa de sardinha frita e come-se frango com batatas depois. Também há sítios que fazem uma espécie de mixórdia Rodízio/Self-Sercice de Tapas - ou, como intitulava a senhora turista velha inglesa, very many things on a tablet - e então metem, ora umas travessas com mini-tostas de salmão, ora espetadas de frutas, muitas travessas e coisas, e muitas mãos a mexer. É badalhoco e adorável ao mesmo tempo. Depois, há a Paella (que eu adorei), os Xurros (que são farturas) e o Goevre da famosa gelataria Gelaaati! Di Marco (ver foto 10). A nível futebolístico, a cobertura é enorme. Assisti à celebração de um dos golos de Messi no jogo de 27 de Abril, diante do Real Madrid na 1ª mão das meias-finais da Champions, num bar em Barceloneta; é uma coisa bonita de se ver antes de morrer. Como apoiante do Real, fiquei frustrado, mas procurei esconder esse meu sentimento ou ficaria arriscado a levar uma paulada de ir para debaixo de terra. O lado positivo é que esta época do ano Espanha está apinhada de estrangeiros. Porventura, caso um português se perca, pode ter a sorte de estar a pedir indicações a outro português. O que é genial. E é uma cidade bastante cultural, cheia de obras de arte ambulantes, alemãs, japonesas e americanas que por lá vagueiam. Muy Guapas. A própria assistente de bordo no avião era uma réplica da Penélope Cruz. Em geral, os espanhóis entendem um português e um português entende o espanhol. Caso não entenda, o português tem a opção de gesticular com o dedo indicador e o polegar. Não sei como manetas sobrevivem no estrangeiro, mas essa é uma realidade que não me atinge. Acho que seria feliz com uma espanhola. Mesmo que ela fosse grande, feia e tivesse um furúnculo grande no cu. Castelhano é deveras sexy.