não, senhor pedófilo, eu não quero rebuçados.

Agora que os miúdos já estão deitados, Patrícia, podemos remendar o nosso amor em camas de seda. 
Deita essas roupas no chão deslavado em bactérias imundas mais porcas que um suíno enlameado, porque o tempo que temos é mais curto que o pénis de um anão. 
Chegar-nos-á à tempora, Patrícia, um som desprovido de qualquer talento erudito, caracterizado por um choro indiferente que nos interromperá o coito.
Putos deitados à noite não deveriam reclamar mama quando um homem está excitado. Quando um homem está excitado encontra-se o sentido elevado da vida!
Por isso vem, Patrícia, a meus braços, que os segundos estão correndo mais depressa que cães famintos atrás do homem das pizzas. 
Partilhemos o nosso amor como uma seringa entre dois drogados.

bitches will be bitches until the end

Morte, forma de arte. Fornicar-te. Fornicar-te. Fornicar-te. Cada palavra escondida nos mantos da tua vergonha. Cada caracter como espermatozóide exposto ao ar no teu ventre. Pacificamente pó, só na inexistência. Enforcar cada sílaba ofegante como porcos para bacon. 

Tenha a bondade de me auxiliar por favor

Ambos nós os dois sabemos que não vamos juntos.
Nem ao Oceanário comer sopa de peixe, nem partilhar piadas anetodicamente
engraçadas, nem visitar o museu de vulvas sistematicamente ensanguentadas
onde há excrementos de velha em cima de caracóis desdentados e menstruadas
com sangue na orelha. Sim, ambos nós os dois sabemos que não vamos juntos à galeria de vaginas emancipadas que engrossam pénis pré-laborais com tendências masturbadoras. Tudo isso porque já não sou o menino adormecido no  fundo dos teus olhos. Já não sou nada no fundo dos teus olhos. Já não meto nada no fundo dos teus olhos. Felicita-me com o teu orifício anal, porque eu estou teso de pobreza para gastar dinheiro contigo. Vou deixar essa tua carne e tornar-me num crocodilo vegetariano que não come carnívoros, vou dedicar-me à arte do vegetarianismo e deixar de pensar nessas tuas calças onde há florestas sem tomates, se eu te visse aqui e agora e soubesse que não tinhas roupa tirava-te essas cuecas à dentada. No início não tínhamos meios para chegar ao fim, mas amor, creio que chegou a hora da despedida. Despedir-me-ei de ti da minha janela do 5º andar, e tu aí em baixo na rua, porque de longe pareces mais magra e eu só quero ficar com boas recordações de ti. Cantai aos quatro cantos que estais vaginalmente livre, mas eu sempre saberei que, no fundo, esse teu coração continuará sempre preso à minha memória. Um peso que não te ficará nada bem, porque em negrito ficas mais gorda. Continuando assim tão prestável arriscas-te a ser violada por violadores com ejaculação precoce ou a protagonizar a 7ª temporada de um assassino em série. Hás-de ficar desmembrada em pedaços, descoberta por um chefe de polícia honesto que muito suará para entender que afinal és só uma. Tu, aquele ciclista que fracturou um braço e o mudo bem educado que nunca proferiu uma asneira, irão para sempre ficar na minha consideração. E deus, esse, que dá na virgem como um leão, decerto partilhará da minha conceção de que às vezes pareces que pareces às vezes. E colocando de parte essa tua hepatite Z, em estado tão avançado, e aquelas doces memórias em que te me deixavas hirto e grosso tipo Lenine, em tardes de verão cheias de Sol quente que aquecia, futuramente espero regressar aqui e ir de novo recto às tuas curvas. De agora adiante curarei o teu abandono como um bêbado que ingere líquidos, uma galinha com pena suspensa, um ladrão de sentenças de morte. E por mais longe que estejamos, eu ver-te-ei sempre: não há sociedade de obesos anónimos, porque todos nós sabemos que ocupam espaço. Agora, corre, cadela com cio, corre! 
Late orgasmicamente de enrrabamento!

Previsões para o ano 504365943650

Estou com algum sono, mas não creio dormir. Gostaria imenso que a bruxa me previsse o dia do meu falecimento, para eu arranjar um tempinho de ir comprar açúcar amarelo e fazer um bolo. Adorava fazer um bolo, um filho e uma nódoa negra na cabeça daquele desgraçado, adorava fazer tudo isso antes de falecer. Mas quem sabe, sequer, se não faleço agora, de um ataque cardíaco inesperado por não dormir horas suficientes ou suficientemente bem. Quem sabe se este colchão não será a última coisa a sentir, os colchões sentem?, a minha textura testicular (porque estou deitado de barriga para baixo). Talvez sim, talvez não, talvez viva até aos 93465043504359693659069365864369243999 anos, como o Freddie Krueger. Lá está... só nos meus sonhos. Por vezes fico a pensar se não penso demasiado, mas não deixo de pensar nisso. A determinado momento o meu cérebro está tão em papa que nem consigo pensar que estou a pensar, somente penso. Devo ter nódulos no cérebro do tamanho do cotão que encontro debaixo da minha cama. Durmo num cerco de substâncias ilícitas, talvez daí eu seja tão estranho, devo acordar todos os dias drogado ao respirar todo este pó, tenho de aspirar o meu quarto. Tenho de marcar isso na minha agenda. Tenho de arranjar, então, uma agenda. Mas como não tenho agenda para marcar que tenho de arranjar agenda não vejo como fazê-lo. Entrei num paradoxo; é como gastar dinheiro para comprar mealheiros ou respirar ar. Claro que se respira ar, mas as pessoas dizem ah, vou ali apanhar ar, é que nem dizem respirar dizem apanhar, como se fossem apanhar borboletas ou bandidos ou apanhar chuva; nesse caso da chuva até entendo, se bem que é a chuva que nos apanha a nós, nós não voamos propriamente para as nuvens para apanhar a água e, de qualquer modo, não entendo como possamos apanhar um líquido. Não podes empurrar ou puxar a água, ela escorre-te sempre das mãos, por isso é que tu és um produto, a natureza a escorrer-te das mãos. Tu sem apanhar a água e a água em maior parte de ti, dentro de ti, para que tu vivas para bebê-la para viveres. Uau, como és descartável. Como sou descartável. Como tudo isto é tão vazio de sentido, nós a vivermos de coisas que existiam antes de nós, tratando-as como se fossemos donos delas. Nem donos somos de cães, os cães são produto da Natureza como nós, nós ao mesmo nível de cães que urinam em postes de electricidade porque pensam que eles são árvores. Realmente... nós ao mesmo nível desses idiotas dos cães. De animais que cheiram o cu cagado de outros animais. Nós ao mesmo nível que eles, tantos anos de evolução, que deprimente, não é? É realmente estranho.

+/- 1 coisa: Parte um vírgula zero nove

À sombra deste candeeiro de qualidade rasca, como o meu coração, vomito, por uma caneta generosamente oferecida por familiares que não me falam, palavras submetidas, quiçá, mais ao ego puro que à razão susceptível. Não consigo, porém, arranjar um muro que separe estes dois elementos, razão e ego, acreditando que a razão é derivada de um ego pessoal inconsciente e deriva de perspectivas actualizadas da personalidade humana e, porventura, que o ego é um também modo de razão pela qual nos concedemos acima de qualquer padrão e nos envaidecemos superiores. Estando isto certo ou não, é o meu modo de entendimento: passamos a vida a inteligir desinências, padrões que dificultam ligações entre elos mundanos e construindo barreiras em torno de palavras como se fossemos donos das palavras que, a par de tudo isso, não procuramos entender, afinal, que a vida é tão miseravelmente simples que tudo o mais distante tem ligação com tudo o mais e que nós somos meros peões num jogo de linhas cruzadas. Os donos de terras somente usufruem de poder para pisar terra com os seus pés, mas por mais terra que pisem, vizinha ou longínqua, o meio com que o farão será sempre o mesmo, com o(s) mesmo(s) pé(s), e a terra será terra, nada mais nada menos. Este pé, que se desloca onde a mente o comanda, o dono da terra e o dono do pé que anda com o pé na terra convencido que comanda a terra com os pés. Não encontro sequer certeza que o pé que tenho é meu, quanto mais a terra que piso. Se há em mim algo que me pertença, se o que tenho existe, então, eu devo existir também. Mas como ter certezas da minha existência, se surgem ocasionais dúvidas de quem sou? Suponha-se que tenho dúvidas; uma dúvida é uma espera entre uma (ou diversas) confirmação e uma negação. Se a dúvida se torna complexa, o produto que origina a sua exemplificação talvez nunca se torne suficientemente credível. Então, se eu não sei quem sou, como posso ter a certeza que possuo braços, pernas e cabeça? E como posso assumir que possuo tudo o que agarro, acedo a tudo o que piso e tomo liberdade de pensar tudo o que seja minha vontade? Quem me diz que eu nunca tenha pisado antes? Acredito, agora, que existo, sim, baseando-me numa crença. Quer dizer... se eu tenho se eu tenho crença, eu penso... se penso... existo? Quem me diz que eu não seja somente imaginação de um ser ou coisa ou taparué que me contém? Pessoa diria que tem em si todos os sonhos do mundo, mas quem me confirma que todos os meus sonhos não sejam, na verdade, ilusões presas a um poder maior que eu desconheça e que eu não seja, então, um sonho desse poder? Talvez isto tudo seja absurdo e uma prova viva da minha idiotice e mediocridade e, na verdade, não creio ganhar nada de relevante para a continuação da minha suposta vida com todo este vómito eloquente de palavras diversas. Estou, isso sim, caso, de facto, exista alguma coisa. a gastar carga de uma caneta e, caso, de facto nada exista, estou a gastar carga de uma caneta imaginária. Será prudente verificar que a imaginação, porém, é uma ocorrência, se assim se poderá denominar ao que de facto nem ocorre necessariamente e é fictício, de sequelas lineares de um abstracto e que, salvo erro, se eu for produto de imaginação não estarei, necessariamente, a gastar carga de uma caneta gentilmente oferecida por tios emocionalmente distantes, tanto que a caneta será, nesse caso, imaginária também. Um dos factores estritamente vantajosos da imaginação, nesta situação do sonho, é que ocorre uma separação entre a realidade e a não-realidade, e ninguém discordará que eu jamais engordarei facticamente na realidade após sonhar que almoço regularmente paletes de açúcar torrado e amanteigado. Mas, por outro lado, se ingerir quantidade tal enquanto acordado, aí sim, possivelmente me tornarei num monstro calórico, por isso é que, por vezes, possuo uma certeza exacerbada que existo, porque basta olhar para um obeso para garantir-me que ele existe muito. É irónico um obeso falar de qualidade de vida, quando carrega um fardo de diabetes tamanho que, às tantas, se duvida se haverá mais de doença que de humano em todo aquele pote de banha peludo e bexigoso. Cada um é como é, mas eu tenho de olhar para todos; há pessoas que deveriam ter ao menos em consideração que há pessoas, como eu, que, a par de usufruírem de um padrão estético, não apreciam olhar para coisas feias. Eu, a meu ver, considero abominante olhar para um conjunto deformado de banhas deslocadas e supor que podiam ali estar 3 ou 4 pessoas, incomodam-me monstros destes, com problemas de locomoção, a estragarem a sua vida. Incomodam-me pessoas que por si mesmas destroem o seu corpo. Não sei o que estou a escrever, mas ainda tenho tinta na caneta e um caderno cheio de folhas brancas. Tenho em consideração que é uma caneta PARKER, daquelas que, para trocar a carga, um idiota pobre como eu, que escreve desnecessariamente, terá de gastar uns quatro euros. Mas sou tão egocêntrico que quase sinto que vale a pena desperdiçar todo este tempo a escrever sobre nada, nem que me viesse aqui um casal de lesbianas pedir-me a caneta emprestada eu  a concedia. Por vezes tenho essa sensação estranha de que alguém me mira entusiasticamente quando faço alguma coisa, mas depois descubro que são vesgos e que não é entusiasmo, é deslocação do globo ocular. Na volta nem estão a olhar para mim, é como descobrir onde está o Wally. É de crer que estas idiotices não deverão ser tomadas a sério. Eu, aliás, por vezes, me coloco a pensar que os anões são seres estáveis, que vivem moderadamente. Mas engane-se quem partilhar deste pensamento: anão não é anão por escolha, eles são metade porque sim, e isso não é ser moderado. É, quanto mais, ter um azar do caralho. Por essas e por outras é que eu questiono a existência de deus e a existência do que quer que nos tenha parido, sim, porque nós somos  uma evolução de macacos ou lá sei, mas há um início estranho em tudo isto do qual não consigo construir ideia.  Seja o que quer que seja, eu estranho anões e obesos mórbidos, e anões obesos mórbidos nunca vi. Se o leitor chegou até aqui, parabéns, deveria ser premiado, se for do seu agrado pode efectuar relações mecanicamente sexuais com a minha pessoa. Ou então arranje a puta de uma vida, que já é tempo de levantar o rabo dessa cadeira; creio que demorou uma eternidade a ler tudo isto. Mas não se preocupe, pode continuar por cá. Este mundo não precisa assim tanto de si.