RAMBÓIA

Rossana Neto, tinha um nariz tão direito, que ficava louca
quando o seu namorado não lhe conseguia dar beijos na boca.
O pobre fazia o pino, fazia a ponte e o avião,
para beijar o seu amor, mas em vão.
E era tão extenso o nariz que Rossana tinha no rosto, a pairar,
que qualquer jovem formoso beijava antes de a beijar.

E até era moça bonita, tinha uns olhos muito lindos,
mas o estranho nariz atingia os 10 centímetros.
E possuia uns belos seios, uma moça elegante,
mas o seu nariz era um caso fascinante.
Tinha umas pernas longas, de fazer inveja a muita gente,
mas o seu nariz era uma coisa demente.

E o pobre que a enamorava, e gostava tanto da moça, nunca conseguiu entender bem o estranho processo da coisa: estendia a rapariga no chão, pendurava-a no bengaleiro, por mais que o rapaz ousasse, não dava um beijo a direito. Ela entrou num estado de depressão profundo: eram os lábios mais sensuais e, talvez, os mais secos do mundo. Ele, para solucionar, tentou pega-la ao colo, e dobrou de tal forma a cabeça, que apanhou um torcicolo.

Ficava o moço descontente,
aumentava o nariz com a idade:
Romeu e Julieta do Presente,
Adão e Eva da actualidade!