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PAIVA
Então, Paiva sorriu. Na cadeira, na qual muitos se sentaram, da sala, da qual tantos entraram, Paiva esboçou um sorriso, estando, então, sentada, naquela específica cadeira daquela específica sala. Depois, muitos outros se sentaram, tantos outros mais entraram. E tantos muitos sentaram e entraram e saíram e levantaram, outros tantos mais que uma vez. Então, Paiva sorriu. E se levantou, e saiu. Levantei-me, sai. Levantaram-se todos, saíram. Sala vazia, olho para trás de meu ombro: já a vi sorrir ali. Outros entram, tantos saem, outros ficam, e vão embora. Já saí, olho para trás de meu ombro: já a vi sorrir ali. Trocam-se as cadeiras, perdem-se ideias, buscam-se ideais, muda-se a estrutura, perde-se a forma. Estou cá fora, olho para trás de meu ombro: eu a vejo sorrir agora.
E viro-me, fico de frente, e, então, digo à gente
vazia na disforme plateia, que, outrora, em dada hora,
já ali esteve a sereia que embarcou na minha vida.
[E que seu sorriso vagueia, qual Fantasma da Ópera, entre as
4 paredes de agora, e sempre ali estará enquanto para ali olhar]
Dedicado a Inês Paiva, fonte da qual correram águas da minha imaginação.
||GNR - Efectivamente||