Psicose de coisas: o retorno da besta!

    Esqueci-me de lavar os dentes e não consigo ter cáries perto de mim, os meus olhos já não sabem ver e só tropeçam nas palavras. Aos apalpões, o tio Márcio sacode as calças repletas de migalhas de pão com chouriço e segue pelo breu do quarto a tentar chegar ao telefone fixo, que está afixado numa prateleira, para comunicar com a vizinha coscuvilheira do 2ºEsquerdo que o Blog-do-Otario voltou ao activo.
    Amanhã, quando o céu vomitar os raios do sol para cima de nós, comuns mortais, já todo o bairro terá ouvido da boca da coscuvilheira tamanha coscuvilhice. Enquanto isso acontece, o mundo pula e avança como uma bola colorida nas mãos de uma criança. Assim, na dúvida da punheta por bater, o coração bate mais forte e batem os tambores num qualquer recinto com tambores. Eu gostaria muito de agradecer a deus, ao meu pai, e à menina da Parede que tinha o beliche onde nós fornicámos naquele início de tarde, e também agradeço a mim por ter a capacidade de agradecer a alguém sem motivo aparente. Para todos os que não me lêem um obrigado, para aqueles que me lêem um muito obrigado. A relva hoje no jardim do Saldanha continuava fresca na passagem do cão deficiente de duas rodas. Vou ali coçar o escroto. Beijos.