Ei Nostradamus! - Douglas Coupland


Excertos de passagens do livro Ei Nostradamus! de Douglas Coupland:


"Tentei encontrar consolo observando os esquilos no relvado à frente de casa, a reunirem comida para o Inverno - e a seguir pus-me a pensar como as suas vidas são curtas - tão curtas que os sonhos deles talvez as reflictam na sua totalidade. Por isso, acho que, para um esquilo, estar a dormir é o mesmo que estar acordado. Talvez seja o mesmo que acontece quando se morre novo. Nesse caso, o sonho de um bebé seria o equivalente a estar acordado - isso também acontece, em certa medida, com os adolescentes. Como afirmei, estou à procura de algum consolo."


"(...) passamos a maior parte da vida a ser velhos, e não a sermos novos. As regras vão-se alterando pelo caminho. As primeiras coisas que perdemos são aquelas que julgávamos serem eternas."

"A minha morte foi o único aspecto notável da minha vida. Vasculho as recordações para tentar encontrar meia dúzia de coisas que me destingam dos outros. E no entanto... e no entanto eu era eu - ninguém via o mundo como eu, nem sentia as coisas que eu sentia."

"Não consigo imaginar o que diriam sobre mim quando eu não estava. De qualquer modo, acho que, afinal de contas, talvez seja melhor guardarmos as nossas dúvidas só para nós. Dizê-las em voz alta torna-as mais prosaicas - transforma-as num monte de palavras iguais às de qualquer outra pessoa."

"E era com o Sasquatch que me identificava sempre, e talvez possam perceber porquê: um animal perdido no meio da natureza agreste, em fuga constante, à procura de companhia e de amizade, a viver sozinho, sem palavras nem a bondade dos estranhos. Como ansiava por encontrar o Sasquatch: esperava tirá-lo da floresta e trazê-lo para o mundo! Tencionava ensinar-lhe palavras e vesti-lo, e salvá-lo de todas as maneiras possíveis."