E ela permanecia, solitária.
Que mistérios a rondavam,
entre os rostos que a olhavam,
naquela expressão primária?
Tudo à volta era diferente,
e tu, ali só e distante, longe
de mim e toda a gente.
Seríamos iguais certamente.
Chegas-te sem aviso aparente,
sem atraso, à hora certa.
Transformas-te a alma de um poeta
que te amou, simplesmente.
A vida é cruel e eu hoje percebo. Sei que tu, neste momento, não poderás ter acesso a esta palavras, Ema. Mas só te queria desejar (tu sabes, já falámos por telemóvel) as melhoras. E, como eu digo sempre: pensa positivo, melhores tempos hão-de vir, tens de ser forte e acreditar.
Um dia, havemos de estar os dois juntos a rir deste mau momento que hoje atravessas. Havemos de nos rir, tu, dessa cama horrível de hospital. Força... eu sei que tu consegues vencer este desafio! Um mês não é nada... tens a vida toda pela frente! E sabes que estarei sempre aqui ao teu lado, se precisares.
Texto: Otário