Estava eu com minha mãe, na rua, passa uma senhora e diz
'Bom dia, vai tudo bem?', e vai embora. Minha mãe responde
'Bom dia, tudo bem!', e eu, 'ah, mais ou menos, vai-se andando'.
Estou aqui com umas dores nas costas, tenho as pernas um pouco cansadas, ontem fui a Sintra e andei bastante. E também ando com falta de dinheiro, mas isso dizia-lhe eu se você parasse um bocado, já que me fez a questão.Mas para pena minha, que até me fazia falta um terapeuta para ouvir os meus problemas, a forma de intervenção desta senhora não passa de um cumprimento. Porque os terapeutas têm um problema: acentuariam-me as dificuldades monetárias para, mais tarde, as resolverem.
'Paga-me para te tirar da miséria'.
Quando me sentisse bem, pelo serviço prestado, o senhor terapeuta deveria devolver-me, ao menos, metade do dinheiro que nele investi. Com paleio não me vêem notas à mão, ou estariam os mudos com a garganta seca.

Há tempos, uma colega, num trabalho escolar, referiu que esse tipo de atitude é uma falta de educação, eu cá não acho. A senhora passou-me ao lado, cumprimentou, de um modo irritante, a meu ver, e foi à sua vida. Contudo, fosse ela muda e só acenaria a cabeça. O que não seria mau pensado, a quem pouco diz algo de jeito.