Ao meu alter ego.


Efectiva, indubitável e indiscutivelmente, a minha é maior que a sua.
Sincera, formal e pessoalmente, a minha sempre foi maior que a sua.

E por questões meramente lógicas:
eu já vi a minha e eu nunca via a sua.

Se bem que não seja algo que se mostre assim às pessoas.
E se bem que nunca me pedi que me amostrasse.
Mas, assim sendo, a minha continua a ser maior que a sua.
Porque sei como a utilizar e fazer o que bem entender com ela.
Porque sei que ela existe.

Mas esteja descansado que, apesar de o considerar verdade, não o ando a espalhar pelas ruas. Porque, apesar de me elucidar que a minha possa não ser a maior de todas, continuo, porém, considerando que a minha é maior que a sua.
E, por mais que me tente elucidar do contrário, não me fará mudar de ideias.
A menos que mostre a sua e a minha consideração por ela
sofra alterações. E embora eu não a aceitasse, por ser antiquado, não vejo melhor opção de me convencer. E porque, apesar de tudo, e o mais importante, eu sinto a minha e sei que a utilizo. E, se em algum momento, me conseguir convencer que a minha, afinal, não seja maior que a sua, eu não conseguirei aceitar essa ideia.

Porque, dentro da minha, permanecerá sempre a ideia de superioridade.
Porque, sendo minha, não se conseguirá desprender dessa ideia.

Na melhor das hipóteses, a minha poderá
ser um tanto menor do que julgo ser.
Contudo, sempre será maior que a sua.

As raparigas ficarão mais admiradas, e os rapazes mais invejosos, pela minha e, desse modo, pelo menos para mim, a minha consciência continuará a ser maior que a sua.

E, nesse ponto,
não terei de me preocupar.

OT