Recordações de Infãncia

Se o estimado leitor, ao qual deveras agradeço por despender o seu tempo comigo, iniciou uma série de suposições acerca da minha pessoa, partindo do título acima, como, por exemplo, 'este otário deve ter feito muito xixi na cama' ou 'aposto que o otário tinha uma pila pequena', bem pode dar meia volta e arredar pé.

Caso, contrário, partilho consigo a
primeira vez em que senti algo a
crescer abaixo do meu umbigo.

Na escola do meu Ensino Médio (2º e 3º ciclo), no acesso à biblioteca, existia uma espécie de pátio. Deslocando-me até ela, sinto uma dor imensa na parte esquerda da nuca, protagonizada por um lance certeiro de um bando de miúdos que ali jogam à bola.
A senhora da recepção, que salientava o peito em camisolas de lã, e aos quais parecia ser dada a função de crescer de dia para dia, ao ver-me entrar, abraça-me com um carinho apetecível. Inicialmente ao consolo, achei bizarro, pois nem nunca nos havíamos cruzado, nem creio que ela tivesse assistido ao incidente, e julguei que
me tivesse confundido por outra pessoa.

Depois -malandrice- pensei,
que se dane, não sei o que se passa aqui, mas que é bom e eu gosto verdade é certa.

E venho aqui, hoje, pedir desculpa, caso tenha roubado este
abraço a alguém. Pois, creio, esta recordação, da minha
nuca naquela camisola quente, tão depressa não
desaparecerá, sendo que ainda hoje
a guard
o.