O teu Lado Negro,
ganha tons de
cinzento à noite.
São vozes da arca perdida, que vagueiam no horizonte.
ganha tons de
cinzento à noite.
São vozes da arca perdida, que vagueiam no horizonte.
“O Tempo é Hoje”, disseste. E começou a chover. *
Transpiras ausência nas minhas costas, de já estarmos tão virados um ao outro. Eu, gosto do silêncio. As palavras a mim não me dizem nada. Levo-me para a cama e não durmo. Escrevo prosas, taciturno. Vagueio ao sabor da maré, das lágrimas que não chorei, tenho uma conta fechada, com um valor que eu já não sei: perdi a palavra chave, tenho o coração fechado, sou uma janela pintada de fresco, multicolor que não se abre. Já tempesteia lá fora, as árvores tremem, os pássaros fogem, torna-se tudo escuro e feio, fica tudo cheio e distante. Cresce-me um remoinho, sopram-me ventos de revolta, transbordo-me num sufoco oco, de memórias e Passados, elevo-me à superfície cortado em pequenos pedaços. Em pedaços pequeninos: uma travessa de prata abandonada de rebuçados aos transeuntes. “O tempo é hoje” , disseste. E começou a chover. Gelaste e derreteste. O vento soprou contigo. Evaporaste e humedeceste. E deixaste um bafo tão forte, nas raízes da recordação, mais um entre tantos mais, menos um entre tantos outros! Movimento espiralado, sem contigo a meu lado, cresce uniforme e apertado, sufoca-me o corpo e o espírito.
Vou deixar, num cabide, do roupeiro, passado a ferro a direito, o colete de forças das memórias não esquecidas. Vou aquecer um balde de chá, e beber goles imprecisos de coragem. Vou resguardar-me do meu lado negro impreciso na chegada. Vou tapar-me com o manto da inutilidade, descansar na mentira e na verdade, na saúde e na doença. Vou dormir um sono lento ausente de impaciência. Porque o meu Lado Negro, ganha tons de cinzento à noite. São vozes da arca perdida, que vagueiam no horizonte. |imagem blog-do-otario|
Transpiras ausência nas minhas costas, de já estarmos tão virados um ao outro. Eu, gosto do silêncio. As palavras a mim não me dizem nada. Levo-me para a cama e não durmo. Escrevo prosas, taciturno. Vagueio ao sabor da maré, das lágrimas que não chorei, tenho uma conta fechada, com um valor que eu já não sei: perdi a palavra chave, tenho o coração fechado, sou uma janela pintada de fresco, multicolor que não se abre. Já tempesteia lá fora, as árvores tremem, os pássaros fogem, torna-se tudo escuro e feio, fica tudo cheio e distante. Cresce-me um remoinho, sopram-me ventos de revolta, transbordo-me num sufoco oco, de memórias e Passados, elevo-me à superfície cortado em pequenos pedaços. Em pedaços pequeninos: uma travessa de prata abandonada de rebuçados aos transeuntes. “O tempo é hoje” , disseste. E começou a chover. Gelaste e derreteste. O vento soprou contigo. Evaporaste e humedeceste. E deixaste um bafo tão forte, nas raízes da recordação, mais um entre tantos mais, menos um entre tantos outros! Movimento espiralado, sem contigo a meu lado, cresce uniforme e apertado, sufoca-me o corpo e o espírito.
Vou deixar, num cabide, do roupeiro, passado a ferro a direito, o colete de forças das memórias não esquecidas. Vou aquecer um balde de chá, e beber goles imprecisos de coragem. Vou resguardar-me do meu lado negro impreciso na chegada. Vou tapar-me com o manto da inutilidade, descansar na mentira e na verdade, na saúde e na doença. Vou dormir um sono lento ausente de impaciência. Porque o meu Lado Negro, ganha tons de cinzento à noite. São vozes da arca perdida, que vagueiam no horizonte. |imagem blog-do-otario|