Andas a fumar charros de incompreensibilidade, caro João Carlos?

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Estava o rabo da minha pessoa directamente apoiado numa das cadeiras que dão azo à sala de aula da Faculdade, e denoto que a velhice da professora a faz iniciar a sua divagação habitual sobre a vida e o estado do país, temas não expressamente mencionados no programa da disciplina que lecciona. São 15H22, a aula termina às 16H00, tenho um papel para entregar aos Serviços Sociais que encerram às 15H30, se sair daqui a passo largo sou bem capaz de lá chegar no fechar de portas e atendem-me em coisa de 3 minutos e evito filas. Saio da aula, a meio do caminho já ofegante, Deus queira que valha a pena, será de todo incomodativo chegar lá acima e dar com as portas fechadas, ora não entrego o papel ora não assisto à aula. Chego, 3 minutos, 'tá entregue, 1 Bem Haja! à senhora do balcão que parece boa moça, já que estou aqui aproveito e vou fazer um xixizinho. Faço xixi, sacudo o dito, puxo os boxers e as calças num movimento regularmente normal, aperto o cinto para não caírem, vou lavar as mãos, opá não há sabão! Ora então, neste momento, tenho eu 1 nico de sabonete líquido na mão direita que nem dá para limpar o dedo mindinho, o que faço para me lavar? Fecho a mão, saio dos Serviços, e, ao invés de ir directo ao Metro que é já ali e ir para casa, tenho de ir de novo à Faculdade que é lá ao fundo, para limpar esta já nojice da pequena nhanha de sabonete que já começa a formar espuma nesta minha mão cerrada e quente. Chego à Faculdade, dirijo-me propositadamente ao WC, lavo as mãos, enxaguo-as, e vou-me embora todo contente; para o Metro, que é já ali perto dos Serviços Sociais, mas, como estou na Faculdade, é ali ao fundo novamente. E a partir daí tudo correu normalmente, e foi assim o meu dia.