Ambrósio, apetecia-me algo... (ou E Era 1 Vez 1 Clube Chamado Sporting)

A verdade, é que não se aprende nada comigo e eu não aprendo nada com ninguém.
Não se aprende nada comigo porque eu não tenho nada para ensinar.
Não aprendo nada com ninguém porque tenho dificuldades em assimilar conhecimentos.
Sou um desinteressado desinteressante. E não encontro grande interesse nisso.
O momento mais alto da minha vida não sei qual foi, mas consigo chegar à
prateleira de cima para tirar o mel para o meu chá, e isso deixa-me feliz
num espaço de 3 a 6 segundos. São 30 segundos de felicidade se beber
chá a semana toda. Se calhar um mês em que o chá esteja em promoção,
são cerca de 2 minutos de satisfação, o que, reparando bem, nem equivale
a metade do tempo em que evacuo e lavo as mãos tranquilamente.
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De modos que, analisando a minha situação, a coisa não anda bem.
O chá é bom, sim, mas ninguém bebe a minha vida. Então, das duas
uma: ou sou demasiado insosso e não valho o esforço, ou sou um doce
viral de diabetes. Se for demasiado insosso, é uma questão de ser
acompanhado com umas bolachas Maria. Se for um doce viral de
diabetes, pá, cortas nos chocolates. O que conta aqui é a minha felicidade.